Estufas de Secagem

O conceito de estufa é emprestado da jardinagem: consiste de um abrigo térmico, onde a temperatura é preservada, onde golpes de ar e variações climáticas são evitados, onde contaminações são mantidas do lado de fora.

Preservação térmica

É provável que a técnica, de se usar temperaturas altas para promover a cura ou polimerização de vernizes e lacas, e secagem de componentes, seja uma velha conhecida da humanidade, mas a necessidade de reuso do calor é recente, deve ter nascido com o conceito de linha de produção, e, nestes últimos anos, num fator de preservação ambiental.

Gerar calor tem custos: insumos para gerá-lo têm de ser cotados, adquiridos, transportados, estocados, controlados e assegurados; até a temperatura ao redor do componente ou conjunto produzido chegar ao valor necessário, custos de matéria-prima e mão-de-obra terão sido gerados. Estes custos incidem no preço do produto, afetando diretamente a sua competitividade. Conclusão: a preservação do calor para reuso numa linha de produção é essencial para a sobrevivência. Quem obtiver mais sucesso nesta tarefa aumenta suas chances na dura competição pela preferência do mercado.

Fontes de energia

Atualmente, a quantidade de alternativas para se gerar calor é muito grande, em geral o que determina a escolha são os aspectos técnicos: qual é a mais benigna para o produto. A temperatura deve chegar ao produto de maneira uniforme, não deve incinerá-lo (caso esse risco ocorra), deve admitir controle simples e rápido.

Todas a formas de energia são poluentes: muda a forma da poluição, inclusive o modo de se descartar os assim chamados efluentes que resultam do processo, às vezes incidindo em custos. Combustíveis (gases e líquidos) são algumas das formas de se gerar energia em alta quantidade e concentração. O calor é associado a chamas, e produz fumaça composta principalmente com óxidos de Carbono, e que deve ser exaurida, levando consigo boa parte do calor produzido, gerando poluição múltipla. Uma alternativa tecnicamente atraente é a energia elétrica, que não depende de queima química, não gera oxidação em volume perceptível, e tem inércia térmica bem menor, o que tem impacto na eficiência e na resposta a ações de controle. Não esquecendo que a flexibilidade da logística da energia elétrica é imbatível.

Isolamento térmico

O calor, aplicado no local certo, é solução, é produtividade. Caso escape deste local, deixa de ser solução, e pode se transformar em problema. A Estufa de Secagem é esse fator de contenção, baseado em camadas de materiais termoisolantes. Portas de acesso representam igualmente desafios, na medida em que movimentação de pessoas e materiais de e para o interior da estufa introduz lufadas de ar frio, que podem comprometer o desempenho do processo. Lufadas também trazem partículas contaminantes, que podem comprometer o resultado do processo. Fica evidente que portas basculantes não são solução adequada: uma alternativa são cortinas de tiras (de folhas de borracha, plástico, ou cordas), mas portas corrediças são igualmente atrativas.

Já nesta era da automação, Estufas de Secagem operam atravessadas por esteiras rolantes ou cabos tratores suspensos. O sincronismo destes com abertura e fechamento dos acessos, a velocidade de tráfego dentro da estufa, o tempo de permanência em seu interior e a quantidade de energia transferida para o produto durante esse ciclo consiste num trabalho de sintonia cuidadosa.